Homem de Ferro nos cinemas!

03/05/2010 09:45

Notícia retirada do site:

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Carol Almeida
 

Difícil saber onde começa o Homem de Ferro e termina Tony Stark. Mas complicado mesmo é tentar entender onde começa o senso de humor de Robert Downey Jr. e terminam as piadas do diretor Jon Favreau. Talvez, quem sabe, tal como Tony Stark e Homem de Ferro, Downey Jr. e Favreau sejam a mesma pessoa, personificada nesse humorista que nos anima com diálogos rápidos e inteligentes em Homem de Ferro 2, que estreia no Brasil e no mundo nesta sexta-feira, 30.

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Um roteiro que, para os fãs de quadrinhos, lembra os bons tempos de balões simples, espertos e despreocupados em criar teorias científicas inacessíveis ao público. E, para os fãs de cinema, sabe trazer a essência da indústria do entretenimento sem tirar o espectador por menos.

Sim, o Homem de Ferro está de volta às telas, às lojas de brinquedos, aos combos de pipoca e refrigerante e aos papéis de parede de quase todos os blogs especializados. O super-herói da Marvel que, sem dramas existenciais, melhor sabe tirar proveito desse status de celebridade, retorna aos cinemas em grande estilo e, para alívio de quem não consegue se concentrar nos diálogos com um par de óculos pesado sobre seu nariz, chega aos cinemas nas boas e velhas duas dimensões.

Agora, sem mais contextos internacionais que envolvem culpa cristã americana em relação ao Oriente Médio, Jon Favreau se concentra na essência do personagem que tem em mãos: seu narcisismo, egocentrismo e propensão para transformar tudo em um grande espetáculo. Em outras palavras, o campo territorial do filme se detém nos limites da fronteira dos Estados Unidos, a exceção, claro, de uma rápida (bem rápida) cena em Moscou e da corrida de Mônaco que, pelo contexto milionário do principado, não chega a ser exatamente território estrangeiro.

Homem de Ferro 2 tem um prefácio que começa exatamente de onde o primeiro filme terminou: na coletiva de imprensa em que o empresário exibicionista Tony Stark não consegue se conter e, tal como uma criança que chama atenção dos pais quando veste uma máscara de brinquedo , ele termina revelando ter uma identidade que, convenhamos, não precisa ser tão secreta assim. Quem assiste à cena é Anton Vanko, um russo que guarda ressentimentos da companhia Stark Industries depois que todas as suas ideias foram roubadas por Howard Stark, pai de Tony.

Mas quando Anton morre logo nesses primeiros minutos de filme, quem fica rancoroso mesmo é seu filho, Ivan Vanko, interpretado por um Mickey Rourke que novamente toma a parte que lhe cabe no latifúndio dos personagens: a do cara durão disposto a honrar todas as suas tatuagens e cicatrizes.

O Ivan de Rourke é um mecânico com uma oficina de fundo de quintal. O Tony de Robert Downey Jr. é um playboy com um laboratório de ficção científica. Mas ambos sabem, como mais ninguém, resolver complicadas equações que fazem Albert Einstein parecer um estudante pouco dedicado. Com suas soluções mirabolantes para a criação de engenhocas destruidoras, eles se enfrentam apenas duas vezes no filme, a primeira num bem-humorado embate em Mônaco (ah, a sutileza espirituosa dos bem-nascidos) e a segunda, quando Ivan já é Whiplash, no desfecho mais épico do filme.

As cenas de luta, aquelas que evoluíram tecnicamente do artesanal pá-pow para o metalizado dolby surround que nos faz lembrar que temos ouvidos, acontecem em alguns pontuais momentos do filme e sempre tentam, de alguma maneira, emular aquela sensação de escândalo de mulher traída em novela das oito: destruindo tudo que vê pela frente. São apenas duas as diferenças entre o Homem de Ferro e o marido encurralado pelo vaso de flores: primeiro, o herói de Downey Jr. sabe fazer piada de tudo que é disparado contra ele - verbos e explosivos - e, segundo, as armas de Homem de Ferro têm um alcance bem mais catastrófico que as brigas de sala de estar.

E não se pode falar nas cenas de ação sem lembrar que, depois da armadura do Homem de Ferro, o grande fetiche desse novo filme é mesmo Scarlett Johansson e seus cachinhos ruivos. Johansson, no papel de Natalie Rushman/Natasha Romanoff/Viúva Negra, funciona como aquela modelo contratada para posar diante do conversível mais rápido em uma feira internacional de automóveis: não fica difícil saber para que máquina olhar primeiro. E, sim, diante dela, a Pepper Potts de Gwyneth Paltrow se transforma numa executiva corporativa cinza e insossa.

Mas não se enganem: a despeito de uma presença feminina mais forte em Homem de Ferro 2,, a grande Kate Moss deste filme é mesmo Robert Downey Jr., um ator que parece nunca esquecer que sua relação com a câmera é sempre um balé sedutor de frases rápidas e uma consciência de que, se a ideia é divertir, importante mesmo é nunca se levar a sério demais. Jon Favreau, novamente na direção do super-herói, explora ao máximo essa predisposição de Downey Jr. para a comédia e faz do filme um stand up comedy com recursos de um show de Madonna.

A piada com todos os tiques do show business é constante. O filme começa, desenvolve-se e termina como um grande espetáculo pirotécnico. Stark é um homem mimado que promove apresentações corporativas de fazer Steve Jobs chorar de inveja. Justin Hammer, um dos vilões da história, jura que quando sobe ao palco é, na verdade, Justin Timberlake. E até o sempre muito sério personagem do coronel James 'Rhodey' Rhodes/Máquina de Guerra, agora interpretado por Don Cheadle, ganha a sua dose de humor quando, numa das constatações mais sábias do cinema, define o beijo romântico do filme como uma briga de duas focas por uma uva.

Sim, Homem de Ferro, Tony Stark, Robert Downey Jr. e Jon Favreau estão de volta. E ainda que tenham personalidades distintas, todos eles se transformam na mesma coisa quando a tela se ilumina: entretenimento, com gordura, óleo e aquela especiaria invisível que faz qualquer omelete se transformar num prato de Cordon Bleu.
  

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